E começou a nossa série de conversas com diversos tipos de empreendedores, de todas as idades, em diversos tipos de atuação, de abrangência e impacto e de setores.
Preparem-se que vem muita coisa legal pela frente.
E para começar a aquecer os motores, a primeira conversa aconteceu em Bogotá na Colômbia, com o Guillermo, um empreendedor em série e sem medo de botar a mão-na-massa!
Curtam este primeiro episódio da web-serie Chase your Dreams (Persiga teus sonhos).
Foi este o título da reportagem publicada no final de 2012 pela Elespectador.
El centro de Bogotá a mediados de 1955, durante el operativo de decomiso de bicicletas. / Fotos: Archivo – El Espectador
O ciclismo, puxado pelo cicloativismo, tem crescido em muitas cidades, espalhadas pelas mais diferentes realidades sociais, geográficas e climáticas. Prova de que a bicicleta é uma das alternativas para a mobilidade urbana e rural.
Destacar os benefícios do uso da magrela, tanto para o ciclista, quanto para o ambiente em que está imerso, é um tanto quanto repetitivo.
Para os apaixonados por pedalar, é sempre uma curiosidade boa acompanhar como as diversas cidades tem encontrado formas para incluí-las em seu cotidiano. E como um destes, a cada cidade que a Expedição passar e a bicicleta desempenhar um papel importante, irei compartilhar por aqui.
Na parada por Bogotá, foi possível acompanhar como uma cidade tomada pelos carros e pequenos ônibus, está fazendo isto.
Vamos a alguns fatos interessantes:
Os estacionamentos das CicloRutas
Vendo isto é possível sentir um pouco dos passos que a cidade Colombiana tem dado para aproveitar sua disposição geográfica e também garantir que a população viva em maior harmonia com a cidade.
Outra iniciativa interessante é a “Semana da Bicicleta – Bogotá mais humana”
Durante uma semana, os cidadãos podem experimentar desde aulas para quem ainda não aprendeu a pedalar, um fórum internacional dedicado ao tema, até passeios diários (inclusive noturnos) e a interdição de diversas vias para que sejam tomadas pelas bicicletas.
Aqui a propaganda veiculada na TV para promover o evento:
Porém, como em toda a cidade em que a bicicleta começa a retomar as ruas, atualmente infestadas de carros, existem problemas.
O número de vítimas decorrentes de acidentes ligadas as bicicletas cresceu muito em 2012, o que fez a prefeitura começar uma campanha para educar tanto ciclistas, quanto motoristas, das suas responsabilidades no trânsito.
Uma outra tentativa tem sido a de licenciamento para o uso das bicicletas. Criando um registro tanto do usuário quanto do veículo não-motorizado. Mas a própria prefeitura assume que apesar de já possuir algum tempo, o programa é ineficaz.
O que é perceptível pela fala dos locais (rolos), como também pelos dados demográficos das entidades ligadas ao ciclismo na cidade, é que um dos grandes desafios é fazer a classe média sentar no selim. Como praticamente todas as grandes cidades latino-americanas, o carro é símbolo de status.
Poster da Prefeitura para incentivar a classe média
As realidades mudam, mas essencialmente, os desafios se repetem. Mas em Bogotá existem boas lições e serve de modelo principamente para as cidades latino-americanas.
Quer saber mais sobre a nossa passagem por Bogotá? Veja as postagens aqui.
Fontes:
Secretaria de Cultura, Recreación y Deporte de Bogotá
Entrevistas da Expedição World is Home em Bogotá
A escolha de passar por Bogotá foi uma coincidência, como aquelas coincidências de acontecem devido às escalas de vôos mais baratos, enfim, foram 2 dias de inauguração da expedição WiH muito bem inaugurados.
Dada a coincidência como futuro próximo, surgiram curiosidades quanto a dinâmica da cidade, costumes e cultura.
Tenho lido murmúrios (não muitos) sobre Bogotá verde, repetindo o termo que fora lido, gosto muito da palavra verde, ainda mais da cor, mas não acho que seja o termo adequado que remeta a sustentabilidade ou desenvolvimento socioambiental. Enfim, li sobre Bogotá e sustentabilidade, mais especificamente sobre a redução de cerca de 40% da sua frota de automóveis, e, como consequência, a redução significativa da poluição atmosférica na capital.
Apenas 2 dias é obviamente pouco tempo para analisar uma cidade seja lá qual for a perspectiva ou olhar, e socioambientalmente não é diferente. Mas, ao mesmo tempo, não se pode minimizar a oportunidade de analisar estando lá, mesmo que pouco, o ambiente está posto. Felizmente tive a sorte de conhecer um casal de rolos (bogotanos) muito especial, Guilhermo e Jenny, que dedicou parte de seu tempo para discutir e trocar ideias sobre a cidade.
Visão Aérea da Plaza Simón Bolívar, La Candelaria
Quanto a redução da poluição atmosférica, parece-me que é uma das medidas adotadas pelo Governo frente ao projeto de desenvolvimento sustentável de Bogotá, outras iniciativas foram positivamente citadas também como desconto em impostos de serviços públicos, por exemplo abastecimento de água, para aqueles que participam da campanha de reciclagem de resíduos, menor preço para meios de transportes menos poluentes, descontaminação das águas, conservação da vegetação remanescente, construção e revitalização de espaços públicos, incentivo ao uso de ciclas (como são chamadas) ou bicicleta.
Apesar da significativa redução na frota de veículos e, a perspectiva redução maior no futuro, a Candelaria (centro da cidade) é invadida quase que totalmente pelo cheiro de combustão, talvez pela secura do ar, pelas ruas serem estreitas, talvez vários fatores juntos, impressionante a sensação de poluição atmosférica constante. O trânsito congestionado é viral no centro da cidade, começa no meio da manhã e acaba só no final da noite, intrínseco a Grandes Cidades? (trauma de São Paulo), as buzinas são descontroladas, frenéticas. As ruas por onde passamos não tem faixa de pedestre, é aquele vai e vem, mistura de carro, moto e gente.
Para ser sincera, fiquei surpresa com o incentivo público a reciclagem, e pensei: Por que não temos em São Paulo? Bom, é uma discussão legal, mas fica para as próximas. A gestão dos resíduos de Bogotá é como uma parceria público privada e, segundo o casal que citei anteriormente, funciona muito bem, o caminhão de coleta passa várias vezes durante a semana, pelo menos alí na Candelaria, o que me pareceu bem sincero, pois o centro é bem limpinho.
Quanto aos meios de transporte público destacam-se as busetas (pequenos ônibus antigos), que soltam fumaça preta que dá medo, e o transmilenio (ônibus moderno). Transporte particular é composto, principalmente por carros (claro!), motos e as bicicletas. Por incrível que pareça o transmilenio é mais barato que as busetas, porém, não abrange toda a cidade, há intenção de extinção das busetas ao longo prazo por serem mais caras e mais poluentes, para tanto, deverá acontecer uma expansão do sistema transmilenio. As ciclorutas são como as ciclovias, permanentes, e são mais utilizadas como meio de transporte principal pelas pessoas com piores condições financeiras. Finais de semana e feriados há ciclofaixas para lazer para toda a população. A cidade parece boa para andar de bici, ela é envolta por montanhas, há diversas favelas verticais distantes da parte central, mas a grande parte da cidade é plana.
A Eje ambiental é como uma praça extensa que passa por pontos importantes do centro cidade, apenas pedestres e o sistema de transmilênio passam por ela. A graça da praça é ser bem arborizada e, segundo Guilhermo (rolo), a praça foi pensada para equilibrar a natureza e a cidade. Guilhermo também chamou a atenção para a iniciativa pública de conservação e tratamento da qualidade da água. Existem algumas nascentes no topo das montanhas que provém água pura e potável, entretanto, quando essa água passa pela Cidade ela se torna imprópria para ingestão, assim, há esforços no sentido de conservar a potabilidade e pureza da água para que seja utilizada no seu estado natural.
Eje Ambiental
Os resultados são visíveis, aos olhos de uma turista. Há aproximadamente 10 anos a cidade de Bogotá vem pensando e praticando o que podemos chamar de desenvolvimento sustentável, mesmo que a passos lentos, acredito ser, antes de tudo, muito positivo. Claro, quando comparamos com cidades sustentáveis modelos como Freiburg na Alemanha, Totnes na Inglaterra, a sensação é de que Bogotá terá um árduo trabalho nos próximos anos.
Para nós Sulamericanos vale muito a pena conhecer e tomar como exemplo diversas iniciativas que estão acontecendo na cidade de Bogotá.
Quer dar uma espiada na cidade?
Sabem aquelas experiências que, mesmo antes de acabar, você sente que devia estar vivendo?
A estadia em Bogotá disparou exatamente este sentimento.
Recém chegados ao centro (região da Candelária), perguntamos para algumas pessoas onde estava o Colombian Dream Hostal – conclusão: Ninguém o conhecia. Mas com base no endereço que tínhamos gravado, foi possível achá-lo. Quando o avistamos, a primeira impressão foi ótima. Predinho simpático, com cores alegres e um barzinho embaixo.
Logo quando chegamos, a Carol nos recebeu já sabendo que vínhamos do Brasil.
Enquanto ela nos guiava até nosso quarto recém reformado, nos encantávamos com o cheiro de reforma, com os detalhes cheios de cores, portas antigas e grafites nas paredes.
Logo depois de um banho quente, um longo descanso com a trilha sonora típica da Colômbia, que toca por todo o albergue cotidianamente até o apagar das luzes.
Porém, na manhã do outro dia uma bela surpresa: o casal Guillermo e Jeni não só levou o café da manhã à mesa em frente ao nosso quarto no 3o andar, como também ficou e desayunou conosco.
Foi neste bate-papo de caras ainda amaçadas, que senti que devia estar ali.
Em meio a conversas sobre empreendedorismo, desenvolvimento socioambiental, mobilidade urbana e cultura local, um sentimento de amizade que parecia vir de anos.
Guillermo e Jeni
Dia como estes são incríveis, não só pelos momentos de aprendizado e alegria, pelas pessoas, mas também porque renovamos a espontaneidade e nos lembramos que a qualquer momento, por mais planejado que se seja, a vida pode lhe surpreender com algo incrível, basta a nós, apenas constantemente buscá-lo e continuar aprendizes sempre.
Que venham muitos outros!
Detalhes curiosos:
Chavico! Poster dado de presente na nossa saída
Informações do Albergue:
Endereço: Carrera 5 No. 12-53, Bogotá
Telefone: +5713005171
Só de ler a palavra guloseimas já ficou com água na boca? Então, leia um pouquinho mais sobre a culinária Colombiana.
Muito carboidrato, proteína e um belo tempero fazem dessa cultura GASTRO(econômica) uma verdadeira delícia!
Já pensou em comer uma sopinha frango em pedaços com batatas, creme de leite, e um milho cozido afogado? Ajiaco! A primeira impressão pode ser uma mistura misturada demais, mas, na verdade, o prato típico é bastante saboroso e seu custo/benifício és muy bueno.
O Ajiaco geralmente vem com uma porção pequena de arroz e 1/4 de avocado. Se gosta de comer “bem”, para não dizer logo muito, como eu, não se preocupe que dá pra ficar satisfeito por uns 14 pesos, considerando um restaurante bem típico de Bogotá, como La Puerta Falsa. Hum, deu vontade? Mão na massa!
Mas, como diz o mestre “Quem come menos vive mais”, então, calma!
Ta bom, quer mais?
Tamale, meu prato colombiano favorito, também uma mistura, como uma pasta . Parece que há uma liberdade de ingredidentes, mas o que dá aquela liga é a farinha de milho. Vai alho, cebola, milho, azeitonas, tomate, leite, pimentão, ovo, queijo, alguns legumes, carne ou frango. A graça está folha de bananeira cozinhando, no vapor, o tamale. Realmente muy sabroso, chicos. O Tamale de pollo é um prato típico barato, no mesmo La puerta falsa, paga-se uns 12 pesos. Ah, lá no La puerta falsa peça também um suco de Amora, é maravilhoso.
Agora dai-me postres, por favor.
Uma conclusão até o momento: Obleas, eu te amo!
Como um bolachona de waffles que pode ser recheada a seu gosto, com arequipe (doce de leite), creme de leite, queijo, geléia de amora, chocolate, enfim, várias opções. Carrinhos, que passam pra lá e para cá pelas ruas de Bogotá, são super recomendados. Outras delicinhas são as brevas con arquipe (doce de leite com doce de figo).
Existem outros diversos pratos Colombianos típicos como Frijoles, costeletas de cerdo, empanadas, enfim.
Eu me deliciei por aqui, realmente a culinária colombiana surpreende.
Gostou? Vem para a Colombia ou desafie-se preparando um prato diferente!
E se quiser dar uma espiada na cidade, venha dar um passeio com a WIH:
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